Os cidadãos Mauro Teixeira dos Santos e Douglas Antônio Penido, bem como a cidadã Amanda Kelly Batista Santos participaram da sessão ordinária da Câmara Municipal de Carmópolis de Minas realizada no dia 15 de abril de 2024. Ocupando o espaço dedicado à Tribuna Livre, questionaram o Poder Executivo a respeito do corte de árvores existentes na Praça dos Passos, previstos em projeto de revitalização e reforma do local. Representantes da sociedade civil também compareceram para defender a manutenção total dos espécimes, e se manifestaram por meio de cartazes afixados nas grades e colunas do plenário.
Mauro enfatizou que o projeto não foi aprovado pela população e sua execução não depende apenas daqueles que o elaboraram. Também questionou os gastos com a obra, em torno de R$ 700 mil, que considerou como exorbitantes, enquanto ruas da periferia da cidade continuam repletas de problemas. Ele duvidou que os cortes tenham sido aprovados pelos conselhos que analisaram o projeto. Pediu bom senso nas decisões e disse ser contra o corte das árvores. Enalteceu a criação do grupo de manifestantes que também se colocou contra a supressão dos espécimes e que se encontrava na Câmara naquele momento.
Douglas Penido também se colocou contra o corte das árvores na Praça dos Passos, revelando que naquele momento o grupo criado por eles já contava com quase quinhentos participantes e havia composto um abaixo-assinado contra o projeto, com cerca de mil signatários.
“Quero deixar bem claro, aqui, que o nosso movimento não vai parar e que não vamos permitir que se corte nenhuma árvore”, prometeu ele, também discordando do argumento apresentado pelo prefeito José Omar Paolinelli (PSD) de que três árvores seriam suprimidas, mas outras 24 seriam plantadas. Para ele, tal argumento não se justifica, mesmo porque não há espaços disponíveis na Praça.
Disse ainda que foi pedido aos membros do grupo que não fosse levantada nenhuma bandeira político-partidária, pois trata-se de um grupo de munícipes, criado para defender as árvores. E passou aos questionamentos, entre os quais as razões para cortar três árvores; de quem é o laudo que liberou a supressão; nomes dos membros do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CODEMA), atas das reuniões, quantos conselheiros votaram e qual o resultado da votação para aprovar o projeto, o corte ou a permanência das árvores.
Afirmou que o que se quer é transparência; que o grupo não deixará que as árvores sejam cortadas e argumentou ser fácil fazer uma reforma sem destruir.
Representando o movimento “Muda Carmópolis”, Amanda lembrou participação da cidadã Cristiane Paolinelli na Tribuna Livre, no dia 19 de fevereiro de 2024, quando fez indagações sobre o projeto de reforma da praça, citando, inclusive, o corte das árvores. Na ocasião, a maioria dos vereadores apoiou a fala de Cristiane. Por que, então, até na sessão anterior da Câmara, não houve qualquer manifestação sobre o assunto, apresentação da Prefeitura na Câmara e nem cobrança ou fiscalização dos vereadores sobre o projeto que seguiu com o corte de 12 árvores, até a manifestação do movimento ocorrido na quinta-feira anterior àquela reunião, de forma espontânea e sem nenhum partidarismo político?
De acordo com ela, conseguiu-se, com o movimento, diminuir o corte de árvores de 12 para 3, continuando a acreditar que é possível adequá-lo para que não se corte nenhuma árvore ou que no máximo transplantem uma ou outra sem matá-las. Sugeriu que a população seja envolvida na escolha de um símbolo a ser gravado no centro da praça, no lugar de uma flor de lis que em nada representa a comunidade.
E concluiu, questionando alguns vereadores sobre ações e comportamentos a respeito da obra.
A íntegra dos pronunciamentos sobre o tema pode ser acessada na gravação da sessão, em áudio e vídeo, disponível no site da Câmara.