Foi realizada pela Câmara Municipal de Carmópolis de Minas, em sua sede, no dia 9 de julho de 2025, uma audiência pública para discutir e analisar a viabilidade da implantação do projeto “Cinturão de Segurança Pública”. O sistema, também conhecido como “Olho Vivo”, consiste na instalação de uma série de câmeras de vídeo de alta definição, em pontos estratégicos da cidade, monitoradas 24 horas por dia, a partir de uma central instalada no quartel da Polícia Militar. Entre outras utilidades, o cinturão consegue identificar veículos por meio da leitura de placas, mostra pessoas e movimentos suspeitos, com o objetivo de elevar a sensação de segurança subjetiva da população.

Presentes o prefeito Célio Roberto Azevedo (UNIÃO); o vice-prefeito Gilberto Rabelo da Silveira (MDB); delegado da Polícia Civil Daniel de Souza Trindade; comandante da Polícia Militar (PM) 2.º tenente Leonardo Masson Gomes; presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública (COMSEP), pastor Edson de Almeida; presidente do Conselho Tutelar, Edna Cristina Machado; presidente da Associação Comercial e Industrial de Carmópolis de Minas (ASCINCAR), Sônia Aparecida Cordeiro Padilha. Os vereadores Gustavo Henrique Oliveira (PSD) e Gilberto Arnaldo de Freitas, líder da bancada do PSD, justificaram suas ausências. O promotor de justiça Felipe de Leon Bellezia de Salles também justificou sua ausência.

Autor da convocação da audiência, o vereador Marcelo de Freitas dos Reis, líder do governo e da bancada do UNIÃO, abriu os pronunciamentos, afirmando que o pedido partiu do COMSEP, em vista da importância da implantação do sistema.

O presidente do COMSEP, pastor Edson, classificou o cinturão como medida estratégica de prevenção e combate à criminalidade, como também um instrumento de gestão inteligente da segurança urbana. Argumentou que o videomonitoramento não é uma ação isolada, precisando do olhar atento da comunidade, da parceria com os órgãos públicos, da clareza de propósitos e da transparência no uso dos recursos.

Ao fazer a exposição do projeto, o comandante da PM lembrou que foi proposto no final da administração municipal anterior, em novembro de 2024, tendo sido também apresentado ao atual prefeito, bem como a diversos setores sociais, por meio de apresentações na ASCINCAR. O projeto, desenvolvido pelo 8.º Batalhão sediado em Lavras (MG), está sendo levado a todos os 24 municípios da jurisdição, com o objetivo de fazer a integração digital entre todos eles. Em Carmópolis, a PM já fez o estudo técnico dos pontos estratégicos de instalação das câmeras, de acordo com o levantamento da incidência criminal.

Disse, o comandante, que no momento, a cidade de Carmópolis de Minas não dispõe de nenhum tipo de monitoramento por câmeras, mesmo estando localizada entre duas rodovias, com várias entradas e saídas. No caso de instalação do projeto, ele seria interligado com o Sistema Hélios da PM, pelo qual, por meio da leitura da placa, é possível identificar o veículo, verificando se há nele algum impedimento, notificação de roubo e outras irregularidades. O programa também permite rastrear o trajeto do veículo ou identificá-lo por meio do modelo e até mesmo da cor. Além disso, as câmeras são instaladas em pontos de grande movimento comercial, áreas de festas e de manifestações públicas, permitindo ampliar o policiamento nesses pontos. A experiência em outras cidades mostra que, após a instalação, o primeiro impacto é a diminuição dos índices criminais, seguido de aumento da sensação de segurança subjetiva e otimização da justiça criminal, pela melhoria da investigação pós-crime. Em Carmópolis, foram selecionados 46 pontos estratégicos, com utilização de sessenta câmeras para monitoramento completo, incluindo estradas rurais de acesso aos povoados.

O prefeito Célio Roberto afirmou que o desejo da Prefeitura é que o projeto siga em frente e que, unindo forças com o Poder Legislativo e a sociedade civil, o sistema será implantado, mesmo que, no início, não seja de forma completa. Pediu cautela quanto aos gastos, que devem estar dentro do orçamento municipal, que prevê investimentos em vários setores essenciais, numa cidade onde a arrecadação é pequena. Grifou que não pode vender sonhos, tendo que se posicionar dentro da realidade, para que o projeto se inicie e não sofra interrupções por falta de recursos financeiros.

Também falaram o delegado Daniel de Souza; a presidente do Conselho Tutelar Edna Cristina; a presidente da ASCINCAR Sônia Aparecida; vereadora Tirzah Teixeira de Freitas (NOVO); vereadores Rafael Batista dos Reis, líder da bancada do MDB; João Vitor Leite Rabelo (NOVO); Sérgio Damião Morais, líder da bancada do PL; Claudinei Vicente da Silveira, líder da bancada do REDE; Fernando Luis Rabelo Lebron (REDE); Marcelo de Freitas; vice-prefeito Gilberto Rabelo; presidente do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA) Whatiffa Franciele dos Santos Nogueira e o munícipe Geraldo do Carmo Diniz.

A íntegra dos pronunciamentos pode ser acessada na gravação da sessão, em áudio e vídeo, disponível no site da Câmara.